Casos Clínicos

A hérnia discal é a protusão do disco intervertebral para fora da sua localização anatómica normal, com possível compressão das estruturas nervosas vizinhas.
As lesões discais podem provocar dificuldade de locomoção nos nossos animais. Esta dificuldade de se locomover pode ser parcial, ou seja, o animal sente os membros (reage à dor) mas tem dificuldade para andar, ou total, quando existe ou não sensibilidade nas patas, mas o animal não se locomove (paralisia).
Normalmente, quando o animal não reage à dor por mais de 24 horas (ausência de sensibilidade), a paralisia pode ser permanente na ausência de intervenção médica imediata.
A Debbie deu entrada no Hospital com paralisia dos membros posteriores. Esta sintomatologia tinha surgido há poucas horas e de forma aguda.
RX de Coluna
Após a realização de um exame neurológico completo verificou-se que os membros anteriores estavam normais e os posteriores apresentavam défices proprioceptivos com sensibilidade profunda,o que nos levou a suspeitar de hérnia discal toracolombar.
Foram realizados raios-x de coluna para avaliar possiveis alterações discais (imagem).
Tomografia Axial Computorizada (TAC)
Foi realizado TAC, onde se confirmou hérnia discal T12-T13 (imagem).
Tratamento cirúrgico - hemilaminectomia
A hemilaminectomia é uma cirurgia de descompressão em que é removido uma certa quantidade de osso, ligamentos ou outras estruturas que estejam a comprimir a medula. Esta cirurgia permite a diminuição da dor e uma funcionalidade adequada do sistema neurológico, permitindo a marcha e melhorando a qualidade de vida do paciente.
Pós-cirúrgico
A Debbie ficou hospitalizada durante uma semana a fazer antibioterapia, analgesia e fisioterapia.
A fisioterapia, numa fase inicial, é através da aplicação de frio e/ou calor na região afetada, massagens e um programa de exercícios, visando o fortalecimento dos músculos da região lombar, o aumento da sua flexibilidade e a melhoria da postura. Numa fase posterior com estimulação eléctrica transcutânea (a aplicação de eléctrodos na pele, através dos quais se transmitem estímulos eléctricos).
Ao final de alguns dias a Debbie já dava os primeiros passos.